Meus rabiscos Noturnos

Imaginar a vida sem amor é namoro sem avanços, rede sem doce balanço, fazer sexo sem vontade e viver pela metade!



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Nas Margens do Velho Chico

Nas Marges do Velho Chico

Poetizadora: Helena Benardes
Em: 27/09/2012


Na noite calma e fria 
Minha canoa desliza
Nas águas do velho rio
Minhas calejadas mãos 
Outrora delicadas e macias
Seguram agora um arpão 
No caminho da luz da lua
Um risco negro na água
faz meus olhos espiar 
Ja chegou a hora certa
De levantar, mirar e atirar
Pro arpão trazer o jantar
Uma vez a presa morta
Miro as etrelas no céu 
Pra saber que rumo tomar
O fogo que logo avisto
De lenha no fogareiro 
Foi o farol pra mim voltar
Na porta do velho casebre 
Um ponto negro reluz
Do meu cão a  me  esperar 
Antes corria e banava o rabo
Jeito de me cumprimentar 
Hoje só sabe me cheirar
Uma grande onça pintada
Numa noite de espreita 
Meu cão ela enfrentou
Pra num deixar ele morrer
Pulei na frente da danada
 E numa facãozada eu matei
De velhice meu cão ficou  cego
E não da conta de me acompanhar
Passo as noites matutando 
Nas estripulias que já passamos
Meu fiel amigo escuta  calado
As histórias que vou lhe contando
A coitada  era tão bonita
Que minha alma ficou aflita
Jurei nunca mais caçar 
Agora aqui com meu cão
Dormindo na rede e sem risco 
Fico esperando a vida passar
Nas margens do velho Chico

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