Meus rabiscos Noturnos

Imaginar a vida sem amor é namoro sem avanços, rede sem doce balanço, fazer sexo sem vontade e viver pela metade!



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Granada João e sua luta por uma Angola Livre


  Concentrado em  seu momento de pura isnpiração. As vezes passa até cinco horas pintando  sem noção do tempo.


Planalto de Angola
Alto Hama

Áreas que  já foram campos de batalhas e hoje a população voltou aos seus velhos hábitos e costumes, livres,  fabricando o fubá ao som de lindas canções em dialéto falando de  ( ossuko yeto ) tradução ( nosso cristo )

Voltou ao local de luta, onde passou vários anos dormindo em buracos cavados com as própira mãos, alimentando se de abacaxis, larvas, caças e um bocadinho de ração

Hoje é feriado nacional em Angola, comemora-se dez anos de paz, depois de quinhentos de colonização e quarenta e cinco de guerra armada. O povo angolano festeja em todos os lugares, até nas praias, apreciando o por do sol.

Granada, em entrevista recente, contou-me um pouco de sua história como participante ativo nesta bela luta de libertação do povo angolano. Relatarei abaixo o seu depoimento na íntegra.

 “Fugi de casa em 1974 à revelia da vontade de minha mãe, tinha muito pouca idade e não me entendia com meu padrasto ditador. Juntei-me ao M. P. L. A. (Movimento Popular de Libertação de Angola.)
Fui parar a frente leste de Angola, lugar por onde passaram os mais conceituados e queridos filhos da pátria Angolana, C.I.R.M. de Kazage ( Centro de Instrução Regional Militar ), Província do Moxico,   onde recebi instrução militar dada  por alguns veteranos da guerrilha que ali se encontravam. Colocado na frente de combate junto com mais jovens colegas ( frente do Balombo ) fomos sobrevivendo de combate em combate,  de emboscada em emboscada,  lutando contra o exercito racista Sul Africano , mercenários de várias origens e  alguns nacionais, seus apoiantes.
Quando reencontro a minha mãe, depois de vários meses desaparecido, ela estava de luto, pois lhe haviam dito que eu tinha morrido numa emboscada,  lá para os lados de Balombo .
A guerra estava a tomar proporções bélicas assustadoras, era a guerra de Angola no seu auge de fúria e de luta pela libertação nacional contra a  invasão da potencia Sul Africana,  com seus mercenários.

11 de novembro de 1975 foi içada a bandeira em Luanda e proclamada a independência de Angola, pelo presidente Dr. Antonio Agostinho Neto.  Nesta altura ainda estava grande parte do pais debaixo de grandes bombardeamentos. Encontrava-me na cidade do Sumbe, litoral de Angola içando a bandeira do Pais que acabava de nascer (Angola independente e soberana, livre do jugo colonial). Dois dias depois fomos obrigados a abandonar, devido as fortes investidas dos inimigos que não poupava nem militares nem civis. Recuando assim, para a cidade mais próxima Porto Amboiem.
Combatemos até a exaustão humana nessa cidade Porto Amboim, com ajuda de reforços vindos da Capital.  A ordem era defender ate o último homem, em alguns casos o homem a homem foi evidente, mas tinha de ser, pois, era a batalha que defendia a soberania da nação e da população que negava a neocolonisação.
Finalmente o inimigo retirou em debandada deixando no solo angolano sangue e corpos de parte a parte, mas Angola sobreviveu integra até aos dias de hoje. A festejar, eu aqui estou vivo, podendo ver o meu povo festejar em harmonia, embora ainda com muitas dificuldades, mas estou ciente de ter dado o meu contributo. A guerra não acabou ainda! Houve muitas tentativas, por todas as fronteiras, mas os jovens que vieram a seguir têm sabido dar conta do recado.  


Este depoimento mostra o amor de Granada a sua pátria mãe e toda a sua luta para ver seu povo liberto. É um homem de alma sensível, que se não fosse pelas  circusntâncias da vida, teria se formado em Belas Artes. No nosso próximo capítulo, sobre a  vida deste herói nacional angolano, mostraremos  algumas de suas Obras de Arte. Aqui foi só uma amostra deste Grande Artista da Cultura Africana!



Aqui vai um abraço do Povo Angolano! Viva Angola!

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