Meus rabiscos Noturnos

Imaginar a vida sem amor é namoro sem avanços, rede sem doce balanço, fazer sexo sem vontade e viver pela metade!



terça-feira, 9 de março de 2010

A mulher indígena e a grande aldeia


Na comemoração dos 100 anos do dia internacional da mulher, nada mais justo do que lembrar as mulheres que há mais de dez mil anos são as primeiras responsáveis pela vida humana nesta parte do planeta terra. As mulheres indígenas são as sabias guardiães dos segredos da continuidade da vida e da construção da harmonia e felicidade na interação de todas as formas de vida, na pluralidade da bio e sociodiversidade.

Dona Francisca Vera senta-se dentro do barraco onde o corpo de seu filho Jenivaldo está “guardado”, e onde ele viveu até ser brutalmente assassinado e jogado no rio Ypo’i, no início de novembro de 2009. As lágrimas se revoltam. A mão da mãe as recolhe procurando esconder a dor. O sofrimento de Dona Francisca representa hoje a homenagem da revolta silenciosa de milhares de mães indígenas, Kaiowá Guarani, que choram pelos filhos cujas vidas foram ceifadas pela violência extrema que hoje se abate sobre e dentro das aldeias desse povo indígena, numericamente o maior do Brasil submetido às maiores brutalidades e violências no país. Nos últimos anos, os assassinatos anuais de Kaiowá Guarani foram sempre mais da metade dos ocorridos com os mais de 230 povos indígenas, conforme o relatório de violência do Cimi. E dentro das aldeias quem mais fortemente sofrem com essa violência são as mulheres. Essa homenagem às mulheres Kaiowá Guarani é uma forma de protesto contra toda sorte de violência e sofrimento, de que são vítimas as mulheres indígenas.

Na aldeia de Ypo’i outra mãe, Damita, relatava sua angustiante situação. A esposa do professor Rolindo, com seus quatro filhos, o mais velho 8 anos,e a mais nova menos de quatro meses, tendo nascido poucos dias depois do pai ter sido agarrado, batido e possivelmente assassinado e seu corpo ocultado até hoje. Damita está passando fome e privações sem saber como manter os filhos. Aos soluços suplica ajuda, pois a situação é cada dia mais angustiante e difícil. Faz um veemente apelo para obter informações sobre o corpo de Rolindo, pois está com a alma ferida.

Um comentário:

Ademario Ribeiro disse...

Ôi Helena, salve!

Que lindura o teu blog! Desejo voltar outras vezes para beber desta seiva, informação e saberes! Se possível, veja o meu: http://ademarioar.blogspot.com

Até as próximas PensamentAções!!!

Ademario