Meus rabiscos Noturnos

Imaginar a vida sem amor é namoro sem avanços, rede sem doce balanço, fazer sexo sem vontade e viver pela metade!



domingo, 17 de janeiro de 2010

Saudade danada de Dona Preta

Esta música me faz viajar no tempo,onde o ato de amar era apenas uma pureza de sentimentos. Me lembra minha mãe no tear, meus irmãos na lavoura, a casa  de pau a pique onde passei minha infância, o gado no curral, a horta no quintal, as belas flores que mamãe cultivava, o cachorro Plutão, o cavalo Marengo, nossas peraltices de crianças e as Histórias que "Dona Preta "contava em noites enluaradas sentada no tamborete no meio da bicharda. ( minha mãe ) -  Oh saudade danada!

   Viagem - Maysa
(Composição:João de Aquino/Paulo César Pinheiro)

Oh tristeza, me desculpe

Estou de malas prontas

Hoje a poesia veio ao meu encontro

Já raiou o dia, vamos viajar

Vamos indo de carona

Na garupa leve do vento macio

Que vem caminhando

Desde muito longe, lá do fim do mar

Vamos visitar a estrela da manhã raiada

Que pensei perdida pela madrugada

Mas que vai escondida

Querendo brincar

Senta nesta nuvem clara

Minha poesia, anda, se prepara

Traz uma cantiga

Vamos espalhando música no ar

Olha quantas aves brancas

Minha poesia, dançam nossa valsa

Pelo céu que um dia

Fez todo bordado de raios de sol

Oh poesia, me ajude

Vou colher avencas, lírios, rosas dálias

Pelos campos verdes

Que você batiza de jardins-do-céu

Mas pode ficar tranqüila, minha poesia

Pois nós voltaremos numa estrela-guia

Num clarão de lua quando serenar

Ou talvez até, quem sabe

Nós só voltaremos no cavalo baio

O alazão da noite

Cujo o nome é raio, raio de luar.

Segue abaixo um rabisco que fiz em uma noite de chuva, olhando pela janela e sentindo uma saudade danada dos meus tempos de criança, que intitulei - Quase sem dor

O som da chuva caindo no telhado
Transporta-me para tempos passados
Crianças risonhas, ingênuas e peladas
Correndo dentro de valas de enxurrada
O trovão assusta e mamãe fala
“Olha o raio” crianças danadas
Com testa enrugada sai da sala
Ha! Teimosia é surra de vara!
Corre um pra lá, outro pra cá
O Chicote chia, - vem aqui já!
Maninha chora, esfrega os olhinhos
E o cachorro late e sai de fininho.
Com cabelo escorrido na cara
Olhos vermelhos e  arrepios de frio
Então mamãe pára e repara
-Vai já, tomar um banho quentinho!
Cheiro de açúcar queimado
Leite do bule com casca de canela
Fogão de lenha e labareda alta
Borbulha tudo em preta panela.
Lá vem um lindo anjo
-Tá docinho e bem quentinho!
Faz cafuné, e dá beijinho
É mamãe com seu jeitinho
Olho pela janela  a chuva se foi
O que importa? Ela está morta!
E muda e triste compreendo tudo
É só o amor.... Quase sem dor!

Autora : Helena Bernardes

4 comentários:

Unknown disse...

Suas lindas poesias, invadem minha'alma de tanta alegria, que até agora ao escrever essas pequenas linhas, vem soando uma rima de dentro de mim, isso já é pura inspiração de Helena Bernardes, essa mulher linda que Deus me fez encontrar pelos caminhos dessa vida.
Parabéns...parabéns...parabéns..por ter sido você escolhida por Deus, para dizer versos tão lindos querida amiga e irmã!

Helena Bernardes, Vovó Onça disse...

Obrigada pelas belas palavras,linda rainha!
Deus colocou pessoas maravilhosa em meu caminho e uma delas é você.Tente escrever também, pois sua alma é sensível e sabe captar com maestria as energias que emanam em sua volta. Brinque com as rimas, é maravilhoso!
Beijos!

Unknown disse...

Temos pela frente um desafio como a humanidade nunca teve ! De provar nossa maturidade e domínio, não da natureza, mas de nós mesmos !
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL É UM DEVER DIÁRIO DE TODOS NÓS !

Rosana Arruda

Unknown disse...

Helena, vou fazer umas fotos das condições de conservação das praias do litoral norte baiano e divulgar em seu blog, é uma vergonha ver no final do dia, principalmente feriados, a sujeira espalhada pela areia, uma falta total de cidadania ambiental das pessoas com relação a esse ambiente !
Obrigada