Esta música me faz viajar no tempo,onde o ato de amar era apenas uma pureza de sentimentos. Me lembra minha mãe no tear, meus irmãos na lavoura, a casa de pau a pique onde passei minha infância, o gado no curral, a horta no quintal, as belas flores que mamãe cultivava, o cachorro Plutão, o cavalo Marengo, nossas peraltices de crianças e as Histórias que "Dona Preta "contava em noites enluaradas sentada no tamborete no meio da bicharda. ( minha mãe ) - Oh saudade danada!
Oh tristeza, me desculpe
Estou de malas prontas
Hoje a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia, vamos viajar
Vamos indo de carona
Na garupa leve do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe, lá do fim do mar
Que pensei perdida pela madrugada
Mas que vai escondida
Querendo brincar
Senta nesta nuvem clara
Minha poesia, anda, se prepara
Traz uma cantiga
Vamos espalhando música no ar
Olha quantas aves brancas
Minha poesia, dançam nossa valsa
Pelo céu que um dia
Fez todo bordado de raios de sol
Oh poesia, me ajude
Vou colher avencas, lírios, rosas dálias
Pelos campos verdes
Que você batiza de jardins-do-céu
Mas pode ficar tranqüila, minha poesia
Pois nós voltaremos numa estrela-guia
Num clarão de lua quando serenar
Ou talvez até, quem sabe
Nós só voltaremos no cavalo baio
O alazão da noite
Cujo o nome é raio, raio de luar.
Segue abaixo um rabisco que fiz em uma noite de chuva, olhando pela janela e sentindo uma saudade danada dos meus tempos de criança, que intitulei - Quase sem dor
O som da chuva caindo no telhado
Transporta-me para tempos passados
Crianças risonhas, ingênuas e peladas
Correndo dentro de valas de enxurrada
O trovão assusta e mamãe fala
“Olha o raio” crianças danadas
Com testa enrugada sai da sala
Ha! Teimosia é surra de vara!
Corre um pra lá, outro pra cá
O Chicote chia, - vem aqui já!
Maninha chora, esfrega os olhinhos
E o cachorro late e sai de fininho.
Com cabelo escorrido na cara
Olhos vermelhos e arrepios de frio
Então mamãe pára e repara
-Vai já, tomar um banho quentinho!
Cheiro de açúcar queimado
Leite do bule com casca de canela
Fogão de lenha e labareda alta
Borbulha tudo em preta panela.
Lá vem um lindo anjo
-Tá docinho e bem quentinho!
Faz cafuné, e dá beijinho
É mamãe com seu jeitinho
Olho pela janela a chuva se foi
O que importa? Ela está morta!
E muda e triste compreendo tudo
É só o amor.... Quase sem dor!
Autora : Helena Bernardes
4 comentários:
Suas lindas poesias, invadem minha'alma de tanta alegria, que até agora ao escrever essas pequenas linhas, vem soando uma rima de dentro de mim, isso já é pura inspiração de Helena Bernardes, essa mulher linda que Deus me fez encontrar pelos caminhos dessa vida.
Parabéns...parabéns...parabéns..por ter sido você escolhida por Deus, para dizer versos tão lindos querida amiga e irmã!
Obrigada pelas belas palavras,linda rainha!
Deus colocou pessoas maravilhosa em meu caminho e uma delas é você.Tente escrever também, pois sua alma é sensível e sabe captar com maestria as energias que emanam em sua volta. Brinque com as rimas, é maravilhoso!
Beijos!
Temos pela frente um desafio como a humanidade nunca teve ! De provar nossa maturidade e domínio, não da natureza, mas de nós mesmos !
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL É UM DEVER DIÁRIO DE TODOS NÓS !
Rosana Arruda
Helena, vou fazer umas fotos das condições de conservação das praias do litoral norte baiano e divulgar em seu blog, é uma vergonha ver no final do dia, principalmente feriados, a sujeira espalhada pela areia, uma falta total de cidadania ambiental das pessoas com relação a esse ambiente !
Obrigada
Postar um comentário